Quando pensamos em mitos sobre a França, geralmente, vêm à mente sobre os hábitos de higiene, a miscigenação no país e o comportamento dos franceses. Contudo, mesmo sendo um país fascinante, repleto de história, cultura e tradições, há alguns equívocos que envolvem a cultura do país.
Aliás, você certamente já deve ter ouvido que os franceses não gostam de falar inglês ou mesmo que
Por isso, nesse conteúdo exclusivo, o Assistente de Viagem irá explorar 13 dos mitos comuns sobre a França e explicar por que eles não correspondem à realidade.
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1 | Os franceses são rudes e antipáticos
Este é provavelmente um dos mitos mais difundidos sobre os franceses. Afinal, muitos turistas relatam experiências negativas, especialmente em Paris, o que leva à percepção de que os franceses são inerentemente rudes. No entanto, essa ideia está longe da verdade.
Isso porque a aparente “rudeza” dos franceses muitas vezes resulta de diferenças culturais e mal-entendidos. Afinal, os franceses valorizam a formalidade e a cortesia em interações sociais. Por exemplo, é considerado educado cumprimentar alguém com “Bonjour” antes de fazer uma pergunta ou iniciar uma conversa, mesmo em lojas ou restaurantes.
Além disso, os franceses tendem a ser mais diretos em sua comunicação, o que pode ser interpretado como grosseria por pessoas de culturas que preferem uma abordagem mais indireta. Em resumo, na realidade, muitos franceses são calorosos e acolhedores, especialmente quando os visitantes fazem um esforço para respeitar os costumes locais e tentar falar um pouco de francês.
2 | Os franceses não falam inglês
Outro mito comum é que os franceses se recusam a falar inglês ou são incapazes de fazê-lo. Embora seja verdade que a França tem uma forte tradição de preservar sua língua, a realidade é mais complexa.
De modo geral, a França tem feito esforços significativos para melhorar o ensino de inglês nas últimas décadas. Ou seja, muitos franceses, especialmente os mais jovens e aqueles que trabalham em áreas turísticas, falam inglês razoavelmente bem. Entretanto, é importante lembrar que o francês é o idioma oficial do país, e muitos franceses apreciam quando os visitantes fazem um esforço para falar algumas palavras em francês.
A percepção de que os franceses não falam inglês pode ser parcialmente atribuída à sua hesitação em usar o idioma por medo de cometer erros. Além disso, em algumas regiões menos turísticas, o inglês pode ser menos comum.
3 | A culinária francesa se resume a escargots e rãs
Quando se pensa em culinária francesa, muitas pessoas imediatamente imaginam pratos exóticos como escargots (caracóis) e pernas de rã. Todavia, mesmo que esses pratos façam parte da gastronomia francesa, eles estão longe de representar toda a riqueza e diversidade da culinária do país.
Além disso, a França é conhecida por sua excelência gastronômica, com uma variedade impressionante de pratos regionais e nacionais. De fato, a gastronomia francesa foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Isso porque abrange uma ampla gama de pratos, desde o confit de canard do sudoeste até a bouillabaisse da Provença, passando pelos queijos da Normandia e os vinhos de Bordeaux. Além disso, a França é famosa por suas técnicas culinárias refinadas, seus molhos elaborados e sua pastelaria delicada.
Por isso, é importante notar que os hábitos alimentares dos franceses no dia a dia são muito mais variados e menos extravagantes do que os turistas muitas vezes imaginam. Uma refeição francesa típica pode consistir em uma entrada leve, um prato principal de carne ou peixe com legumes, seguido de queijo e uma sobremesa simples.
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4 | Todos os franceses usam boina e listras
Em seguida, precisamos tirar dos mitos sobre a França a imagem do francês típico que usa uma boina e camisa listrada. Afinal, esse é um estereótipo que persiste, especialmente em representações humorísticas. No entanto, essa caricatura está longe de refletir a realidade da moda e do estilo de vida francês contemporâneo.
Os franceses, especialmente os parisienses, são conhecidos por seu estilo elegante e sofisticado. Isso porque a moda francesa é diversificada e influente globalmente, com Paris sendo um dos principais centros da indústria da moda mundial.
Dessa forma, pode-se afirmar que o estilo francês tende a valorizar a simplicidade, a qualidade e o “chique descontraído” em vez de seguir estritamente as tendências.
Embora alguns elementos tradicionais, como o uso de lenços ou cachecóis, ainda sejam populares, a maioria dos franceses se veste de maneira moderna e variada, adaptando-se às diferentes situações e estilos pessoais.
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5 | Os franceses não trabalham muito
Existe um mito persistente de que os franceses são preguiçosos e não trabalham muito, muitas vezes com base na semana de trabalho de 35 horas e nas longas férias de verão. No entanto, essa percepção não reflete a realidade da vida profissional na França.
Embora a semana de trabalho oficial seja de 35 horas, muitos franceses trabalham mais do que isso. Afinal, a lei das 35 horas foi introduzida para melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e criar mais empregos, mas não significa necessariamente menos produtividade.
Na verdade, a produtividade por hora na França é uma das mais altas entre os países da OCDE. Os franceses tendem a valorizar a eficiência e a concentração durante as horas de trabalho, em vez de passar longas horas no escritório.
Além disso, as férias prolongadas na França são vistas como uma maneira de recarregar as energias e melhorar a produtividade a longo prazo. É importante notar que essas férias são geralmente pagas e fazem parte dos direitos trabalhistas, não sendo um sinal de preguiça.
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6 | A Torre Eiffel é adorada por todos os parisienses
Muitos visitantes ficam surpresos ao descobrir que nem todos os parisienses são apaixonados pela Torre Eiffel. Na verdade, quando foi construída para a Exposição Universal de 1889, muitos parisienses a consideravam uma monstruosidade.
Hoje, embora a Torre Eiffel seja indiscutivelmente o símbolo mais reconhecível de Paris e da França, os parisienses têm uma relação complexa com ela. Em resumo, para muitos moradores locais, a torre é simplesmente parte da paisagem urbana, nem adorada nem desprezada.
Alguns parisienses até evitam a área ao redor da Torre Eiffel devido ao grande número de turistas. Porém, isso não significa que eles não apreciem sua beleza ou importância histórica. Muitos parisienses reconhecem o valor da Torre Eiffel como um ícone cultural e uma atração turística importante para a economia da cidade.
7 | Os franceses não se banham com frequência
Este figura entre os mitos sobre a França e boa parte da Europa há muitos anos. Todavia, os hábitos de higiene dos franceses não têm fundamento na realidade moderna. A ideia de que os franceses não se banham regularmente é um estereótipo antiquado que pode ter suas raízes em diferenças culturais históricas ou mal-entendidos.
Em síntese, os franceses valorizam muito a higiene pessoal e o cuidado com a aparência. A indústria de cosméticos e perfumes da França é uma das mais desenvolvidas do mundo, refletindo a importância que os franceses dão aos cuidados pessoais.
Porém, as diferenças nos hábitos de banho entre culturas podem ter contribuído para esse mito. Por exemplo, em algumas culturas, tomar banho diariamente é a norma, enquanto em outras, incluindo partes da Europa, pode ser mais comum tomar banho a cada dois dias. No entanto, isso não significa falta de higiene, mas sim diferentes abordagens para o cuidado pessoal.
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8 | Todos os franceses fumam
Embora a França tenha tido historicamente uma cultura de fumantes, a realidade atual é bastante diferente. Nas últimas décadas, o governo francês implementou leis rigorosas contra o tabagismo, incluindo a proibição de fumar em locais públicos fechados.
Dessa forma, as estatísticas mostram que o número de fumantes na França tem diminuído constantemente. Em 2020, cerca de 25,5% dos adultos franceses fumavam diariamente, uma queda significativa em comparação com décadas anteriores.
A percepção de que todos os franceses fumam pode ser parcialmente atribuída à visibilidade dos fumantes em cafés e restaurantes ao ar livre. No entanto, isso não reflete os hábitos da população em geral.
Além disso, a França tem implementado campanhas de saúde pública e aumentado os impostos sobre o tabaco para desencorajar o hábito de fumar.
9 | Os franceses são todos intelectuais e amantes da arte
Mesmo que a França tenha uma rica tradição intelectual e artística, é um mito pensar que todos os franceses são filósofos ou artistas em potencial. Como em qualquer país, a população francesa é diversificada, com uma ampla gama de interesses e ocupações.
É verdade que a cultura francesa valoriza muito as artes e o pensamento crítico. Por exemplo, o sistema educacional francês enfatiza a filosofia e a literatura, e o país tem uma longa história de produção artística e intelectual. No entanto, isso não significa que todos os franceses sejam especialistas em Sartre ou Monet.
A realidade é que os franceses, como qualquer outro povo, têm uma variedade de interesses e passatempos. Enquanto alguns podem passar horas discutindo filosofia em cafés, outros podem preferir assistir a um jogo de futebol ou fazer jardinagem.
10 | A Revolução Francesa foi uma revolta dos oprimidos
A Revolução Francesa é frequentemente retratada na cultura popular como uma revolta dos pobres e oprimidos contra a aristocracia. No entanto, a realidade histórica é muito mais complexa.
A Revolução Francesa começou principalmente entre os nobres ricos e profissionais liberais nos salões de Versalhes, semanas antes da queda da Bastilha. Os realmente pobres tiveram relativamente pouca participação no início da revolução.
Mesmo a violência popular que impulsionou a revolução em vários momentos aconteceu principalmente por pessoas que não eram pobres. Nas cidades, os militantes urbanos que se autodenominavam sans-culottes eram em sua maioria artesãos, lojistas e funcionários. Seus líderes, embora muitas vezes se apresentassem como “trabalhadores simples”, eram na verdade profissionais e proprietários de ateliês e lojas.
Isso não diminui a importância ou o impacto da Revolução Francesa, mas ilustra como os eventos históricos são frequentemente mais complexos do que as narrativas simplificadas sugerem.
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11 | A despoluição completa do Rio Sena entre os mitos sobre a França
O rio Sena, que corta Paris e foi palco de importantes eventos durante as Olimpíadas de 2024, ainda enfrenta desafios significativos em relação à sua qualidade da água, o que contraria um dos mais comuns mitos sobre a França e as águas do Sena.
Para se ter ideia, o Sena está proibido para natação desde 1923 devido aos altos níveis de poluição. Além disso, vários eventos-teste para as Olimpíadas foram cancelados devido aos níveis de poluição e ao mau tempo.
Por fim, apesar do investimento de 1,4 bilhão de euros (cerca de R$ 7,9 bilhões) em um projeto de despoluição, os resultados ainda não são satisfatórios. Isso porque a despoluição envolve não apenas a remoção de poluentes existentes, mas também a prevenção da entrada de novos resíduos e esgoto.
12 | A França é um país que não têm problemas com questões raciais
Aqui temos um dos mitos sobre a França que envolve a questão étnica e racial. Ou seja, este é um assunto complexo e multifacetado, como em qualquer outro lugar do mundo e reflete tanto a história do país quanto suas políticas contemporâneas.
Para entendê-la, é importante explicar que a maioria dos franceses é de origem europeia, principalmente descendentes de celtas (gauleses), latinos (romanos) e germânicos (francos). No entanto, a França tem uma população diversificada devido à imigração de várias partes do mundo, especialmente das antigas colônias francesas.
Estatísticas demográficas recentes mostram que em 2021, quase 7 milhões de imigrantes viviam na França, representando 10,3% da população total. Destes, quase a metade são de origem africana, sendo que Paris conta com cerca de 20% de sua população composta por estrangeiros.
Porém, a França adota oficialmente uma política de “daltonismo racial”, o que significa que o governo não reconhece oficialmente categorias raciais ou étnicas. Por isso, o país não realiza censos ou coleta dados oficiais baseados em raça ou etnia.
Em resumo, esta abordagem baseia-se no princípio republicano de igualdade, que considera todos os cidadãos franceses como iguais perante a lei, independentemente de sua origem. Mas isso não significa que, na prática, o tema não mereça discussões mais profundas a fim de evitar segregação racial.
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13 | O metrô de Paris é referência em mobilidade no mundo
Sim, o metrô parisiense é um dos maiores do mundo (o 13º, para ser exato) mas também figura entre os principais mitos sobre a França. Na verdade, ele ocupa a quarta posição entre os maiores sistemas metropolitanos da Europa, ficando atrás de Londres, Moscou e Madri.
Contudo, o que o torna tão importante é o fato de conseguir abranger a capital francesa quase que em sua totalidade, com suas 308 estações e mais de 227 quilômetros. Se entre os pontos positivos pode-se destacar a alta frequência e excelente integração das linhas, há questões que ainda merecem atenção em relação ao transporte urbano. Por exemplo, a pouca acessibilidade da maioria das estações (o acesso é exclusivamente feito por escadas) e o fato de não funcionar 24 horas por dia.
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Após conhecer os mitos sobre a França, é importante reforçar que conhecer o país, interagir com os franceses e experimentar a cultura em primeira mão é a melhor maneira de superar esses mitos e apreciar a verdadeira essência deste país fascinante.
Afinal, ao fazê-lo, os visitantes muitas vezes descobrem uma nação acolhedora, diversificada e dinâmica, muito diferente dos estereótipos que podem ter encontrado anteriormente.
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